Monday, January 24, 2005

Poema Para a Joaninha


À solução que te enche de tristeza
Não voltes, nunca mais… que não merecem
O teu regresso quantos te apetecem
Com mãos ingratas, falhas de pureza…

Porque o teu coração que não despreza,
Nem fere, se desgraças acontecem,
Jamais conhece os ódios que arrefecem
Os outros corações que a vida lesa!

Assim, que não te tomem vãs loucuras,
Tormentos, choros, fúrias ou mais dores,
Silêncios, ânsias, sombras vis, agruras…

Que sempre te encha o despontar das flores…
Esse deleite eterno de ternura
E amor, que eu nunca tive em meus amores!

Ricardo

Tuesday, January 04, 2005

Acreditamos no que queremos acreditar, porque nos facilita as coisas, tranquiliza consciências e porque é fácil pegar nos clichés viciados do dito senso somum para "racionalizar" uma determinada escolha. Acreditamos porque sim, ainda que um raio trespasse um momento, como se não fosse este o caminho mais fácil.
Difícil é deixar de acreditar, questionar, procurar respostas. Difícil é entrar no vazio e procurar o que o preenche. Difícil é virar as costas ao adquirido e entrar numa sala de espera vazia e fria, com um amontado de velhas magazines, onde uma senhora dos seus quarenta e oito nos pede encarecidamente para suspender o tempo...
A dificuldade reside nesta coragem de nos despirmos das velhas ideias, sendo que isso implica um esforço acrescido de fazer renascer muitas outras.
A dificuldade existe na fronteira entre o ser e o estar... E há tanta gente que simplesmente está e que não é...

Joana