As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir…
Estive para te escrever mas não consegui encher as palavras com a vida de tantos anos passados… As folhas rasgadas a meio de memórias revisitadas ainda se encontram espalhadas pela casa e em cada recanto encontro uma palavra perdida que és tu. Simplicidade. Essência. Encontro-te na verdade, na dor e ainda mais na saudade. Só consigo apreender-te nesta história desconexa, feita de textos escondidos e de lugares perdidos, consumidos pelo constante regresso à casa de partida das nossas vidas.
Hoje voltei a tentar escrever-te mas parei no primeiro ponto final que fui capaz de desenhar. E não sei continuar-te…
A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade.