Tuesday, July 12, 2005

Numa declaração de desassossego tento escrever o que dentro de mim corre perdido, sangrando numa angústia que, como cinzas do que julgava certo, se espalha em bocadinhos de morte nos meus dias. Não me intimida o abismo que se estende por debaixo dos meus pés e esvazia a minha força mas sinto o meu fôlego cada vez mais derrotado por este cansaço desobediente. As sirenes rápidas do passado entoam no meu cérebro e estagnam-me perante a incerteza do próximo nascente. A minha razão esconde-se envergonhada por detrás do muro inóspito da fraqueza de espírito e, numa imprevista comoção, as minhas pálpebras ameaçam denunciar o pranto que é viver neste alvoroço de ideias distintas e de nulas decisões. Só na verdade que em mim habita, construo uma história feliz, feita de sorrisos e de inabalável sentir. Nessa embriaguez de sentidos, em que há imagens insistentes que me atravessam a saudade, consigo acalmar o frenesim de deturpadas emoções e desocupar-me de tudo para guardar cada minuto que é a minha vida...

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