Tuesday, January 13, 2004

«...Não percas Tempo
O Tempo corre,
Só quando dói é devagar...»

Entre risos e lágrimas vamos escrevendo histórias que nos pertencem. Muitas vezes elas apagam-se da nossa realidade mesmo que nos pareçam inacabadas. Com as mãos cheias de nada vamos caminhando num misto de resignação e revolta. Revolta porque os fantasmas dançarinos que nos obrigam a pensar a saudade aparecem constantemente, quais protagonistas traiçoeiros da memória. Involuntariamente, há momentos em que o passado e as recordações que nele habitam surgem como a nossa única vida presente e em que perdemos a noção das mudanças que entretanto foram ocorrendo e que tornam insustentável o ressurgimento do que já foi vivido... E é de revolta que a nossa alma se veste quando é obrigada a conviver com a saudade, com as pequenas dores que dela se alimentam, e, ao mesmo tempo, é obrigada a desistir das imagens que vagueam errantes por entre trilhos de irracionalidade incontrolável. E é nesta correria alheada dos dias, em que a coragem se perde, que damos por nós fechados num tempo e espaço perdidos, insistindo em relembrar as fotografias que o tempo foi escolhendo sem critério compreensível. Resta esperar que, por entre as sombras vacilantes que se desenham nas paredes do nosso horizonte, resnasça aquele brilho perdido, quem sabe, num olhar, num gesto simples, numa melodia... um brilho que se encontra mas não se procura.
É entre risos e lágrimas que vamos escrevendo as histórias que nos pertencem... e que vamos aprendendo a decorar os lugares que são nossos...

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