Saturday, January 17, 2004

«O Último Samurai»

Há filmes que nos marcam pelo desempenho extraodinário de um actor, outros pela profundidade da história, outros ainda pela sublime realização ou pela vibrátil banda sonora. Há, no entanto, filmes que marcam por reunirem todas essas características em simultâneo. Foi o que me aconteceu desta vez, com o «Último Samurai». Invadiu-me uma estranha sensação de contemporaneidade perante as forças inimigas que se debatiam no filme. Os valores dos samurais, a tolerância, a ideia de honra e de serviço desmascararam a ideia errada que todos faziam deles. Eram vistos como selvagens irracionais, demagogos inconsequentes, obstáculo ao desenvolvimento e por isso alvos a abater. Tudo isto com base em julgamentos prévios e errados. Tudo isto com desconhecimento de causa. Quando, no decorrer do filme, somos transportados para o lado de lá, para a tranquilidade dos samurais e nos é dado a descobrir todo um sistema de valores prevalecente e verdadeiro, podemos questionar-nos acerca da evitabilidade de tantas guerras ao longo da história se, ao menos por uma vez, fosse levada a cabo a tentativa de entrar no outro mundo e entendê-lo.
Deste filme ficaram-me resquícios fortes de curiosidade. Este é, certamente, um daqueles filmes a rever vezes intermináveis...

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